Segundo tudo indica, o congresso do PSD deste fim-de-semana irá ser animado por mais um daqueles psicodramas que se tornaram, há muito, a imagem de marca do partido. Depois de Durão Barroso ter finalmente tirado a Santana Lopes o tapete das presidenciais, o autarca de Lisboa já deu sinais de que não irá calar o seu ressentimento e deixar passar em claro a nova "traição" perpetrada pelo eterno irmão-inimigo. Prevêem-se, assim, sugestivas cenas de faca e alguidar, fazendo vibrar ao rubro a plateia e dividindo-a em mais uma tonitruante guerra de clãs e baronias (que só Cavaco Silva conseguiu silenciar temporariamente, à conta das maiorias absolutas que conquistou). Teremos, portanto, o PSD de volta ao seu máximo esplendor, partido em cacos e pegando fogo à desolada pradaria da política nacional, numa antecipação simbólica dos incêndios estivais. As televisões, as rádios e os jornais terão pretexto para suculentas manchetes e a intriga politiqueira deixará de estar remetida para as primeiras páginas do "Expresso", como ultimamente vem acontecendo perante a apatia geral.
Vicente Jorge Silva