Foi o que conclui ontem no Conselho Superior da Antena Um ( http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=565451&tm=6&layout=123&visual=61) tentando explicar (e entender) por que - contra os interesses europeus, nacionais e, no fundo, próprios - o Governo se obstina em recusar pedir a renegociação dos prazos e condições do empréstimo da Troika, quando outros países o fazem.
E porque inviabiliza o entendimento com o PS que lhe permitiria apresentar-se no próximo Conselho Europeu politicamente respaldado para se juntar aos que ali fazem propostas construtivas para mudar a receita de austeridade recessiva que está a afundar a economia nacional, europeia e que ameaça a economia global.
E porque se entrincheira na estupidez táctica de recusar "eurobonds" e não abrir portas a qualquer forma de mutualização das dividas publicas na eurozona.
E porque se enquista na denegação inconvincente de que terá de impor mais sacrificios os portugueses já sacrificados, se a UE não se desviar da receita da austeridade punitiva.
Por preconceito ideológico, arreigamento neo-liberal ou firmeza de carácter?
Antes fosse, dava desastroso resultado na mesma, mas seria ao menos intelectualmente respeitável.
Por desgraça nossa, tudo se reconduz a reflexo subserviente e desesperado: a crença de que portando-se obedientemente, a suserana protege e compensa.
Lembram-se de Sócrates, também agarrado a Merkel, confiante na relação pessoal, de PEC em PEC, até ao resgate inexorável?
Blogue fundado em 22 de Novembro de 2003 por Ana Gomes, Jorge Wemans, Luís Filipe Borges, Luís Nazaré, Luís Osório, Maria Manuel Leitão Marques, Vicente Jorge Silva e Vital Moreira