1. Não espanta saber que
cerca de 80% das pessoas internadas por causa da epidemia da gripe não estavam vacinadas. Ou seja, uma minoria das pessoas que não se fizeram vacinar - apesar de serviço gratuito - são responsáveis pela esmagadora maioria dos internamentos que congestionam muitos hospitais públicos e os levam a cancelar outros serviços, por falta de meios, em prejuízo de outros utentes.
Na verdade, é sabido que, mesmo que não impeça a contaminação em todos os casos, a vacinação pelo menos atenua subtancialmente os seus efeitos, reduzindo os casos de internamento. Por isso, a não vacinação constitui uma
grave irresponsabilidade não somente pessoal, mas também cívica, perante a coletividade, pelos custos adicionais sobre o SNS e os seus utentes em geral.
É caso para pensar se essas pessoas não deviam ser obrigadas a pagar uma taxa ao SNS pela sua irresponsabilidade.
2. Pelo contrário, é lamentável saber (informação numa estação de TV hoje) que uma percentagem significativa de profissionais de saúde não se fizeram vacinar. Ora, aqui, à irresponsabilidade pessoal e cívica soma-se a irresponsabilidade profissional, por causa dos prejuízos causados ao serviço, em caso de infeção.
É caso para pensar se a vacina antigripal (e anti-Covid) não devia ser considerada uma obrigação deontológica por parte das respetivas ordens profissionais (médicos, enfermeiros, etc.) e se não devia ser tornada obrigatória em todos os serviços de saúde públicos e privados que impliquem contacto com os utentes.