quarta-feira, 24 de agosto de 2005

"A luta entre a sinagoga e o Estado"

Depois de dias a presenciar o desvelo que as televisões dedicaram à histeria fanática dos colonos israelistas de Gaza e dos seus apoiantes da extrema-direita religiosa, vindos sobretudo dos colonatos da Cisjordânia, faz bem ler textos como o artigo de Amos Oz, hoje no Público.
«Temos um sonho de nos libertarmos da longa ocupação dos territórios palestinianos. Israel e Palestina são, há quase 40 anos, como um carcereiro e um prisioneiro, algemados um ao outro. Depois de tantos anos já quase não há diferença - o carcereiro não é livre e o prisioneiro não é livre. Israel só será uma nação livre quando acabarem a ocupação e os colonatos e a Palestina se tornar um país vizinho independente.»
Mas a questão principal subsiste: como é que à descolonização de Gaza se segue a descolonização da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental, se os palestinianos abandonarem a resistência à ocupação, como agora se lhes exige? Alguma vez teria havido a descolonização de Gaza sem a sua abnegada e prolonngada luta? Israel vai deixar os territórios ocupados sem ser forçado a isso? É evidente que não!