«(...) Um estado laico não pode continuar a "privilegiar" uma determinada confissão religiosa em Portugal como é o caso da Igreja Católica.
Obviamente que isto mexe com muitos interesses. Nos hospitais a situação já estará, aparentemente, em vias de ser regularizada e ninguém, com toda a certeza, quer privar alguém de ter assistência religiosa. Agora não compete ao Estado patrocinar a mesma.
Agora levanto a questão sobre o papel dos sacerdotes que estão vinculados às Forças Armadas! Será que também vai ser revista e devidamente regularizada?
É que existem dentro das Forças Armadas sacerdotes que têm "postos" atribuídos, estando incluídos numa categoria, a dos Oficiais, e englobados numa hierarquia funcional, onde o seu fundamento é somente a assistência religiosa, que eu não aceito como uma competência técnica, e onde mais uma vez, percebendo a raiz cultural do país, a igreja católica está "bem" implantada.
(...) Julgo que esta situação concreta também merece reflexão, tendo em conta que muitos dos actos oficiais das Forças Armadas têm sempre uma parte religiosa que é imposta ou então só se dirige aos crentes de uma determinada confissão.»
Tiago R.