Segundo a imprensa, o Embaixador dos EUA afirmou-se "profundamente preocupado quando soube dos planos de Portugal para reduzir os seus esforços em prol da jovem democracia afegã" (de 162 militares para uma equipa de 15 e um avião C-130).
Antes de comentar as preocupações do Embaixador, reitero o que já aqui defendi várias vezes: que a Europa deve fazer os possíveis para garantir o desenvolvimento sustentável e a estabilidade do Afeganistão. Não podemos fugir nem às nossas responsabilidades, nem às consequências de um Afeganistão outra vez nas mãos dos Taliban. Para isso é preciso reforçar o papel da ONU no país, gastar mais e melhor na ajuda ao desenvolvimento e pressionar o governo afegão a punir a corrupção e a combater a impunidade por crimes de guerra passados. Mas como tudo isto não pode acontecer num clima de insegurança, as tropas internacionais da missão da NATO são úteis e necessárias.
Dito isto, vamos lá ao preocupado Embaixador.
Ao criticar a decisão do Governo português, o Embaixador esquece uma das razões fundamentais para gravidade da situação persistente no Afeganistão: a decisão da Administração Bush de abandonar a "jovem democracia" de Cabul, para ir construir outra "jovem democracia" em Bagdad. Agora estamos a braços com duas "jovens democracias" e nenhuma delas serve de modelo, nem de inspiração, para ninguém.
Antes se pronunciar sobre as decisões do aliado português, era bom que o Embaixador americano nos explicasse porque é que os EUA acharam que uma tarefa geracional (reconstruir o Afeganistão de forma sustentável) foi considerada terminada em apenas dois anos. O Afeganistão continua extremamente instável, à mercê de uma aliança entre Taliban e seus apoiantes paquistaneses, traficantes de droga e grupos terroristas da Al Qaeda, porque a Administração Bush desviou fundos, tropas e capital político de objectivos legais e legítimos no Afeganistão – 1) a guerra contra os Taliban, que albergavam a Al Qaeda, que concebeu e telecomandou a barbárie do 11 de Setembro de 2001 e 2) a reconstrução do Afeganistão - para outro objectivo injustificável, ilegítimo e contraproducente - a invasão do Iraque.
Portanto, senhor Embaixador, poupe-nos e poupe-se, please! Haja pudor!
Antes de comentar as preocupações do Embaixador, reitero o que já aqui defendi várias vezes: que a Europa deve fazer os possíveis para garantir o desenvolvimento sustentável e a estabilidade do Afeganistão. Não podemos fugir nem às nossas responsabilidades, nem às consequências de um Afeganistão outra vez nas mãos dos Taliban. Para isso é preciso reforçar o papel da ONU no país, gastar mais e melhor na ajuda ao desenvolvimento e pressionar o governo afegão a punir a corrupção e a combater a impunidade por crimes de guerra passados. Mas como tudo isto não pode acontecer num clima de insegurança, as tropas internacionais da missão da NATO são úteis e necessárias.
Dito isto, vamos lá ao preocupado Embaixador.
Ao criticar a decisão do Governo português, o Embaixador esquece uma das razões fundamentais para gravidade da situação persistente no Afeganistão: a decisão da Administração Bush de abandonar a "jovem democracia" de Cabul, para ir construir outra "jovem democracia" em Bagdad. Agora estamos a braços com duas "jovens democracias" e nenhuma delas serve de modelo, nem de inspiração, para ninguém.
Antes se pronunciar sobre as decisões do aliado português, era bom que o Embaixador americano nos explicasse porque é que os EUA acharam que uma tarefa geracional (reconstruir o Afeganistão de forma sustentável) foi considerada terminada em apenas dois anos. O Afeganistão continua extremamente instável, à mercê de uma aliança entre Taliban e seus apoiantes paquistaneses, traficantes de droga e grupos terroristas da Al Qaeda, porque a Administração Bush desviou fundos, tropas e capital político de objectivos legais e legítimos no Afeganistão – 1) a guerra contra os Taliban, que albergavam a Al Qaeda, que concebeu e telecomandou a barbárie do 11 de Setembro de 2001 e 2) a reconstrução do Afeganistão - para outro objectivo injustificável, ilegítimo e contraproducente - a invasão do Iraque.
Portanto, senhor Embaixador, poupe-nos e poupe-se, please! Haja pudor!