Há quem queira colocar Blair como futuro presidente do Conselho Europeu, cargo previsto na nova arquitectura institucional da UE resultante do Tratado de Lisboa.
Sou contra. Não por causa do suposto "neoliberalismo ideológico" do ex-primeiro-ministro trabalhista britânico (de que não o acuso), mas sim porque entendo que só deve ocupar tal lugar um "full European", que compartilhe convictamente do projecto europeu na sua globalidade, e não um político que reduz a UE ao "mercado interno", que falhou a entrada da Grã-Bretanha no euro, que reiterou o "opting out" desse país das políticas sociais da UE, da política de justiça e de segurança interna e, "last but not the least", da Carta de Direitos Fundamentais da UE.
Entre um "semi-europeu" de esquerda como Blair e um político de direita inteiramente europeu, como por exemplo o luxemburguês J-C. Juncker, prefiro de longe o segundo.