sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Pró-Blair

Faço seguramente parte do reduzido naipe de admiradores de Tony Blair. Bem sei que foi um apoiante da lamentável aventura no Iraque, naquela linha de solidariedade anglo-saxónica a que todos os governos de Sua Majestade nos habituaram (não me esqueço que o trabalhista Harold Wilson apoiou, sem hesitações, a intervenção norte-americana no Vietname). Também sei que não é um europeísta incondicional, à Delors, porque, pura e simplesmente, não é possível sê-lo quando se é primeiro-ministro do Reino Unido. Quem ainda não se apercebeu de que os britânicos têm uma forma especial de se sentirem europeus, distantes mas solidários (como a história comprova), propende a vê-los como ilhéus cínicos e hostis à integração europeia. São estes, aliás, os únicos pontos de mira de alguma esquerda continental contra Blair, falhos que parecem ser os argumentos contra o seu restante desempenho governativo.
Full ou não, prefiro um europeu de génese britânica, racional e influente, a um europeísta franco e luxemburguês de tipo Jacques Santer.