sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Os ENVC e os croquetes da diplomacia...




Em 2001, estava eu como embaixadora de Portugal na Indonésia, alertei o MNE e o Ministério da Defesa para a oportunidade de aquele país pretender adquirir 60 navios-patrulhões do tipo que os Estaleiros Navais de Viana do Castelo previam construir! 
A embaixada estava então bem posicionada para facilitar os necessários contactos - tinha até o luxo de um Adido de Defesa, que me trouxera a informação... Restava haver o engenho e a arte para interessar politicamente a Indonésia a comprar português - e para isso lá estavamos eu e a embaixada! 
MNE e MDN mostraram interesse, a administração dos ENVC também... Mas mais nada!!! 
Nunca sequer teve seguimento a sugestão, em que insistimos repetidamente, de que o governo português convidasse um ou dois responsáveis da Marinha indonésia a vir visitar os ENVC e ver os modelos de patrulhões que estavam a ser desenvolvidos. 
Todas as nossas diligências caíram em saco roto, apesar de já então o PM Barroso teorizar sobre  o "upgrade" da diplomacia  "do croquete" em "económica"!  O MDN Portas, por seu lado, ainda não tinha descoberto o talento de "caixeiro viajante" e andaria decerto demasiado embrenhado no negócio da compra dos submarinos e respectivas contrapartidas, para quê perder tempo com encomendas do outro lado do mundo para os ENCV - que as contrapartidas dos submarinos iam salvar, como tanto apregoaria???

Este foi o meu primeiro contacto com os ENCV.  Mas não foi o último. Como demonstra a queixa que apresentei à PGR e à Comissão Europeia no passado dia 20 de Dezembro de 2013 - a documentação pode ser consultada no meu site www.anagomes.eu

Na ABA DA CAUSA acabo de publicar textos de intervenções sobre "o estranho caso dos ENCV"que fiz no mês passado no "Conselho Superior" na ANTENA 1.