Eu cá por mim, cara Ana G (ver Major Carapuças),sempre me intriguei foi com a nossa infinita resignação (a nossa, a dos trabalhadores por conta de outrem e a dos restantes que pagam os impostos) e enorme complacência perante a impunidade fiscal, tantas vezes publica e desabridamente assumida pelos não pagantes (se nunca viram, experimentem comprar uma casa nova!).
Uma vez, O Prof. Silva Lopes disse numa conferência que não percebia a razão pela qual os sindicatos portugueses (que, por definição, representam trabalhadores por conta de outrem, forçosamente pagantes) nunca tinham feito do combate à fraude fiscal um objectivo importante da sua luta (como é costume dizer-se). Eu também não, ou talvez sim. Temerão que pagando os impostos as empresas lhes deixem de pagar o subsídio de Natal! Ou então, é por uma questão de cautela: a nossa vez de não pagarmos, um dia, há-de chegar.
Mas que assim não vale, não vale. Devíamos recusar-nos a entrar no campo até que as regras do jogo sejam iguais para todos e o árbitro apite quando é preciso. (Linguagem futebolística será moda em 2004. Vou treinando! )
Maria Manuel Leitão Marques