Miguel Cadilhe, presidente da Agência Portuguesa pra o Investimento (API), rebelou-se contra a macrocefalia política e administrativo lisboeta, denunciando o caso da instalação em Lisboa da Agência Europeia de Segurança Marítima, que coube a Portugal na distribuição das agências europeias efectuada na cimeira de Bruxelas, em Dezembro passado. O antigo ministro defendeu que ela teria sido melhor situada, por exemplo, no Porto.
A reclamação faz todo o sentido e só pode merecer aplauso. Com efeito, a desconcentração geográfica das agências europeias não deve constituir um meio de reforçar a concentração político-administrativa a nível nacional, vindo agravar ainda mais o panorama nacional de enorme acumulação institucional na capital.
A decisão sobre a localização da referida agência parece que já não pode ser revertida, mas nem isso nem o desagrado do Governo contra Cadilhe lhe retiram razão no protesto. Ao menos, que este seja tido em conta no futuro.
Vital Moreira