Simplificando, nas eleições europeias deviam ser claras duas linhas divisórias entre as forças políticas concorrentes. A primeira tem a ver com a atitude face ao aprofundamento da integração europeia, nomeadamente em relação ao projecto de Constituição europeia, colocando de um lado, a favor, o PS e o PSD e do outro, contra, o PCP e o BE, à esquerda, e o partido de Manuel Monteiro, à direita, a que se deveria acrescentar o PP, se não estivesse constrangido pela coligação governamental. A outra linha diz respeito à posição relativamente às políticas europeias, reproduzindo em princípio as clivagens domésticas entre a esquerda e a direita, entre as forças progressistas e as forças liberal-conservadoras. Isso passa tanto pela política económica e social da UE como pela posição nas questões externas (por exemplo, em relação aos Estados Unidos, às formas de luta contra o terrorismo internacional, às relações com os países em desenvolvimento, etc.).
Deveria ser sobretudo esta segunda linha divisória a marcar a disputa eleitoral entre os dois principais partidos. Infelizmente, não tem sido suficientemente visível a correspondente definição de posições.