«Fracas desculpas [as dos defensores da invasão do Iraque]. Se os serviços de informação funcionaram mal (como já havia acontecido no 11 de Setembro), a responsabilidade política cabe ao Presidente. Pior, ainda, se foram pressionados a dizer o que convinha aos entusiastas da invasão. É irresponsável fazer uma guerra com base em informações tão débeis. Não é irrelevante a ausência de ligações de Saddam à Al-Qaeda (que o vice-presidente Cheney garantia serem de longa data), pois foi esta organização - e não outros terroristas - que declarou guerra ao Ocidente. E qualquer pessoa medianamente informada sabia não ser fácil forjar uma democracia onde ainda não existe um verdadeiro país.
Há quem fale em mentiras, não em enganos. Mas acreditemos na boa fé de Bush: fiquemos pelos enganos. Não serão erros demais para o Presidente da única superpotência? Seria, até, menos inquietante se fossem deliberadas mentiras.»
(Francisco Sarsfield Cabral, Diário de Notícias, 14 de Julho)