Na sua entrevista à RTP, o presidente do CDS insistiu na meta dos 10% de votação, o que significaria uma considerável subida em relação a 2002. Mas é evidente que, apesar de todos os sofismas que tentou, o seu terreno de caça só pode ser o eleitorado do PSD, seu putativo aliado na coligação governativa. Por isso, quanto mais votos o CDS tiver, mais pesada se torna a derrota de Santana Lopes e mais próxima fica a maioria absoluta do PS, tornando inútil o pré-acordo de renovação da parceria governativa dos dois partidos de direita. Malhas que as coligações tecem...
Como escreveu Clara Ferreira Alves, «Paulo Portas fez da chantagem inteligentemente exercida sobre o PSD a sua carreira política, e numa carreira política como a dele não existem amizades, do mesmo modo que na sua ideologia as uniões de facto não existem».