Já vi jogadores lerparem de manilha e valete de trunfo, outros limparem a mesa com duques. Já vi grandes equipas serem batidas por antagonistas menores, em sortes impensáveis onde a estrelinha se revelou o único ingrediente activo. Na Liga dos Campeões de futebol, as duas últimas vitórias inglesas ilustram bem a imponderabilidade do jogo: o título do Manchester United, diante do Bayern de Munique, em 1999, e a vitória do Liverpool, na passada quarta-feira, diante do AC Milan, só podem ter ficado a dever-se a um de dois factores - ao pendor anglo-saxónico da providência divina ou à sua clara preferência pelo encarnado. Inclino-me para a segunda hipótese, face ao percurso virtuoso do Benfica na presente temporada.
PS - Numa final de qualidade comparável à da Taça do Turquemenistão, o Vitória de Setúbal conquistou o ceptro lusitano sem precisar dos favores celestiais. Ora aí está o que nós, lampiões, bem precisávamos para descermos à terra.