Eu estou obviamente de acordo com Pedro Magalhães, quando ele diz que o facto de ser o candidato apoiado pelo Governo vai pesar contra Soares, em confronto com Cavaco. Onde não convirjo é na tese de que esse "handicap" será agravado com a divisão de candidaturas à esquerda. A meu ver, uma candidatura única de Soares não o tornaria menos "candidato do Governo", antes o tornaria mais candidato de (toda a) esquerda, prejudicando a sua capacidade de atracção ao centro, onde a disputa com o candidato de (toda a) direita vai ser decisiva.
Seja como for, há duas notas que me parecem incontroversas. A separação, ou não, de candidaturas à esquerda é um dado que não depende de Soares. A presumível vantagem na pluralidade de candidaturas à esquerda pode não ser suficiente para contrariar as condições vantajosas de Cavaco. O único problema consiste em saber se, ceteris paribus, ele é beneficiado, ou não, com a separação de candidaturas à esquerda. Continuo a pensar que não (mas não considero indefensável a tese contrária...).