«Ninguém sabe ao certo quantas pessoas estão, simultaneamente, a receber subsídio de desemprego e a trabalhar à socapa, juntando ao subsídio um salário do qual a Segurança Social não vê um cêntimo. Os interesses imediatos dos trabalhadores e dos empregadores conjugam-se nisso facilmente.
Sabe-se que muitas "reformas antecipadas" são obtidas (com mútuo proveito para trabalhador e empresa) através da alegação de invalidez ? que nem sempre existe. Noutros casos, a reforma antecipada surge como solução de reestruturação (admitida por lei), mas os reformados continuam a trabalhar para a mesma empresa, sob várias formas mais ou menos disfarçadas. Em casos especiais e mais elaborados, criam "empresas prestadoras de serviços" à que anteriormente os tinha nos seus quadros.»
(A. Monteiro Fernandes, Diário Económico)