Charles Clarke, o estratega do contra-terrorismo na Grã-Bretanha(tanto que se marimbou para o paradeiro de criminosos estrangeiros sentenciados), foi fria e ordinariamente rendido por Blair, por mor da torrente de votos ontem perdidos. Jack Straw, o esgar da invasão do Iraque e do contra-terrorismo à custa dos direitos humanos, também foi na enxurrada, despejado no Palamento.
Nos EUA, Porter Goss, o homem nomeado para pôr a CIA na ordem, depois do evidente falhanço no 11 de Setembro, também vai ser subitamente «rendido».
A CIA está mais desorientada do que nunca - a qualidade e eficácia da «inteligência» continua em dúvida e cada vez são mais numerosos os agentes a amotinar-se e a denunciar mentiras, manipulações, incompetência e grosseiras violações da lei cometidas pelos principais responsáveis da Administração, com o Presidente, Vice-Presidente e o inefável Rumsfeld à cabeça. Vale a pena ler a entrevista do veterano da CIA Paul Pillar ao «El Pais» de 4 de Maio.
A medida da desorientação desta desastrosa Administração espraia-se além da «MessOpotamia»: Abu Grahib, Guantanamo, Bagram, a tortura subcontratada a sirios, libios, marroquinos, egipcios, jordanos, afegãos através das «extraordinary renditions» - que mais incentivos poderiam desejar os recrutadores jihadistas por todo o mundo?