terça-feira, 12 de dezembro de 2006

A "bomba árabe"

Os países do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC) (Arábia Saudita, Kuwait, Bahrein, Omã, Emirados Árabes Unidos e Qatar) decidiram estudar a hipótese de colaborarem num "programa nuclear para fins pacíficos."
Tendo em conta como é fácil transformar um programa nuclear civil baseado no enriquecimento de urânio num programa nuclear para fins militares, trata-se de mais uma má notícia para aqueles - como eu - que vêm na proliferação nuclear e na erosão do Tratado de Não Proliferação Nuclear um dos maiores perigos com que a Humanidade se defronta.
É claro que esta decisão dos Estados do Golfo é uma resposta ao programa nuclear iraniano e não à bomba israelita - recém admitida, inadvertidamente, pelo PM Olmert, mas que já existe há 50 anos. Teerão não pára de dar sinais políticos e militares que indicam ambições hegemónicas no Golfo - e por isso está tudo cada vez mais nervoso, da Arábia Saudita ao Egipto.
Mas Israel dificilmente se pode queixar da iminente 'bomba árabe' (seja ela egípcia, argelina, ou saudita), já que nunca ligou pevide ao TNP (é uma das três potências nucleares que nunca assinaram o Tratado, juntamente com a India e o Paquistão), contribuindo assim para a sua fragilidade e erosão.