Já se sabia que Isabel Pires de Lima, ex-Ministra da Cultura, não era adepta do acordo ortográfico, a que não deu seguimento enquanto governante. Mas o seu artigo no semanário Sol da semana passada sobre o assunto incorre em dois erros. Primeiro, o Acordo ainda só está juridicamente em vigor para os três Estados da CPLP que o tinham ratificado e que ratificaram também o protocolo adicional de 2004 (Brasil, Cabo Verde e São Tomé), que permitiu a sua entrada em vigor desde que ratificado por três países (e não todos os da CPLP). Segundo, a próxima ratificação desse protocolo adicional pelo nosso País, que ratificou o Acordo logo em 1991, tornará este imediatamente aplicável em Portugal, embora só se torne oficialmente obrigatório ao fim de seis anos, como foi anunciado.
Quanto à sua efectiva aplicação em todo o espaço lusófono, é de esperar que Portugal use os meios diplomáticos necessários para levar os países que ainda o não fizeram a ratificar tanto o Acordo como o protocolo de 2004 (Guiné, Angola, Moçambique e Timor), bem como a combinar com todos eles, especialmente com o Brasil, uma data comum para a sua entrada em vigor efectiva, desde logo nos textos oficiais (diário oficial e demais documentos oficiais).
Aditamento
Para uma breve introdução ao acordo ortográfico, ver este artigo na Wikipédia.