quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Função pública

Como é típico dos anos eleitorais, os sindicatos da função pública querem nutridos aumentos do poder de compra em 2009. Mas é evidente que o Governo não pode estoirar o orçamento nem abandonar o seu objectivo de redução do peso orçamental das despesas de pessoal, que é muito superior à média europeia, mercê de uma política salarial politicamente irresponsável ao longo dos anos. Por isso, apesar da pressão eleitoral, não é de esperar que o Governo ponha em risco a contenção orçamental nem a redução do défice público.
Aditamento
Ao contrário do que se proclama, a alegada perda de poder de compra da função pública num certo período não pode ser calculada pela comparação entre o aumento anual nominal das remunerações e a inflação verificada (como se faz por exemplo aqui), pois a massa salarial aumenta sempre consideravelmente por efeito das mudanças de escalão remuneratório de muitos funcionários, muitas delas automáticas, como era norma até há pouco tempo. O que deve ser comparado é a variação do valor médio da remuneração (per capita), dividindo a massa salarial pelo número de funcionários em cada ano. A comparação pode aliás ser desagregada por categorias ou subcategorias homogéneas de funcionários, para ser mais exacta.
[revisto]