«Portugal pode passar limite de 3% para o défice» -- declara Durão Barroso.
Eu penso que, a não ser que a situação económica se agrave dramaticamente, o Governo não deve aproveitar essa liberalidade da Comissão, devendo observar o limite dos 3%. O pouco que se ganharia em maior margem financeira para combater a crise não compensaria os danos decorrentes do agravamento da já elevada dívida pública e da perda simbólica da autoridade política conseguida na disciplina das finanças públicas.
Uma coisa é aproveitar a folga conseguida desde 2005 na redução do défice orçamental abaixo dos 3%, outra coisa é voltar a deixar disparar o défice. Depois de ter feito da disciplina financeira uma prioridade política e um motivo de orgulho, o Governo não pode acabar o seu mandato com um regresso ao défice excessivo.