Neste perfil pessoal e político que Fernanda Câncio fez de mim no DN de sábado passado, alguém declarou, a propósito das dissidências do PCP há vinte anos, que Zita Seabra foi uma "criação" minha.
Embora não seja responsável pela afirmação, julgo meu dever corrigi-la. Sem negar a cumplicidade que nessa altura mantivemos, bem como o apoio público que lhe prestei, importa dizer que ZS -- que não integrava o "grupo dos seis", como também já vi escrito algures -- não precisou de nenhuma influência alheia para iniciar e conduzir a sua fulgurante contestação contra a direcção do PCP (a que pertencia), sendo igualmente óbvio que também não tive nenhuma influência nas opções políticas que tomou depois da dissidência.