Estou absolutamente convencido de que, se o PS vencer as eleições, como tudo indica, formará um governo monopartidário, sem coligações à direita nem à esquerda, mesmo que não obtenha maioria absoluta (como infelizmente parece provável). Aliás, é essa a solução que tenho defendido desde sempre, por não existirem condições para alianças de governo com um mínimo de consistência.
Porém, uma coisa é ganhar "à justa", com menos deputados do que os do PSD e CDS somados, outra coisa é ganhar com uma folga suficiente para superar a representação parlamentar combinada dos dois partidos da direita. No primeiro caso, o PS pode ser sempre derrotado no parlamento pela direita, salvo se conseguir o apoio do PCP ou do BE, o que não é fácil. No segundo caso, só será derrotado se houver uma convergência de voto entre a oposição de direita e de esquerda, o que, não estando excluído (como se mostrou nestes quatro anos), será contudo menos frequente.
Daí a importância da dimensão da vitória.