Andam por aí uns sabichões da treta que previam que lá para Abril de 2011 Portugal teria  de se haver com fortes pressões para mandar vir o FMI. 
Pareceu-me que isso ia acontecer  mais cedo (e não o disse para não ficar com o sabor amargo de uma “self fulfilling profecy”).  
Bastava  ter seguido a rapidez do desfecho na Irlanda. E bastava compreender como a pressão intolerável sobre Portugal serve para nos isolar da Espanha, isto é, no fundo  para evitar o contágio  à Espanha. Tudo para as bancas alemã, francesa, inglesa, holandesa, etc… salvarem os investimentos que têm em Espanha, e para os quais  o Fundo de Estabilização  Europeu (no meio do qual vem ensanduichado o FMI) já não terá fundos para acorrer...   
Ora o ataque feroz, despudorado, cruel, aí  está, nem foi preciso chegar ao fim de Janeiro. 
Não, não são apenas “os mercados” que o Prof. Cavaco Silva estultamente  pensava aplacar não lhes chamando  tudo o que  merecem.  
São  as “autoridades" da City, falando através do FT e da Economist Intelligence Unit, a imprensa internacional (com o El MUNDO de direita à cabeça, et pour cause....), mai-lo DER SPIEGEL . E, finalmente, publicamente, esta tarde os governos do execrável directório franco-alemão que actualmente (des)governa a Europa e a quem o Dr. Barroso serve, atento, venerador e obrigado. 
O pior é que  Portugal  continua pouco e mal audível internacionalmente. 
Chegou  o tempo de dar uns valentes murros na mesa e dizer à Sra. Merkel e ao Sr. Sarkozy e outros que tais, que estão a comportar-se como anti-europeus, que estão a enterrar a Europa – como Juncker, Helmut Schmitt e Delors já lhes disseram em diferentes gradações.
Chegou a hora de nos deixarmos dessas parolices de que não temos nada a ver com a Grécia, ou com a Irlanda, ou com a Espanha. 
Chegou a hora de nos agarrarmos à Espanha que nem uma lapa e mesmo se ela não estiver lá muito pelos ajustes. 
Se a Espanha se afundar, afunda-se a Europa. O objectivo de ajudar a salvar a Espanha pode ser a esperança que resta para provocar para um sobressalto de sanidade europeista à dupla Sarko-Merkel. Para que tome medidas realmente europeias para fazer face à crise e ajudar quem está agora mais vulnerável, como Portugal e Espanha.
