Apesar da grande unidade revelada pelo Congresso à volta de Sócrates e do improvável empolgamento politico que ele revelou, é inegável que o PS parte para estas eleições em condições muito adversas.
Por um lado, embora a crise política e o consequente pedido de ajuda externa seja da (ir)responsabilidade do PSD e demais oposições, a verdade é que os eleitores comuns que decidem as eleições tendem a punir o governo da hora pelas dificuldades por que passam, independentemente das responsabilidades concretas. Por outro lado, ao contrário da direita (PSD mais CDS), o PS não dispõe de uma resposta clara para a exigência de governo maioritário que o consenso prevalecente agora exige, dada a indisponibilidade da esquerda comunista e radical para qualquer acordo de governo, ainda menos no quadro do programa de disciplina orçamental imposto por Bruxelas e pelo FMI, e dada a dificuldade em “vender” nesta altura um acordo de governo com a direita, ainda por cima depois de ter sido vítima da sua intransigência sectária.