A derrota do PS nestas eleições era inevitável, nestas circunstâncias, sobre o pano de fundo da crise económica nacional e europeia.
Por muitos erros que se tivessem evitado (como a degradante contratação de paquistaneses ou vilanovenses para comícios) e por muito mais cuidado prospectivo que tivesse posto na narrativa.
Quem quer que fosse governo, neste tempo, só podia sair penalizado.
O PS tem sido bom a averbar tudo o que de bom fez no governo - e fez muito. Mas tem sido mau a evitar reconhecer erros - e cometeu-os. Teimar em não o reconhecer só descredibiliza os socialistas e mina a confiança dos portugueses no PS. Porque quem não reconhece erros mostra não estar preparado para os corrigir.
O pior de todos os erros cometidos pelo PS, determinante de muitos outros, foi ter guinado à direita, a pretexto de desideologizar a acção política. Um caminho que facilitou a captura por interesses, designadamente do sector financeiro. Bem basta que eles estejam sempre a postos para infiltrar os partidos do poder... não convem escancarar-lhes a porta.
A procura de uma nova liderança para o PS é uma oportunidade para corrigir erros e começar a transformar esta derrota em vitória. Para o futuro. E para Portugal.