domingo, 26 de maio de 2019

Euro-eleições 2019 (25): Maior afluência?

Desde o início me pareceu que a afluência a estas eleições europeias seria maior do que há cinco anos - invertendo a tendência das anteriores eleições do PE -, o que parece estar a confirmar-se, tendo em conta o número de votantes mais elevado ao meio-dia.
No entanto, como o número de eleitores aumentou substancialmente (mais de um milhão), por causa do recenseamento automático dos residentes no estrangeiro, a taxa de abstenção pode, mesmo assim, ser mais elevada do que nas eleições precedentes. Por isso, desta vez, a participação eleitoral deve ser vista à luz do número de votantes e não da taxa de abstenção, contabilisticamente empolada.

Adenda
Lamentavelmente, o Ministério da Administração Interna continua a informar à cabeça a maior abstenção, omitindo o número de votantes.
[Revisto]

Adenda 2
Tal como na União em geral houve maior afluência eleitoral (a maior desde há muito), assim também ocorreu em Portugal, apesar da maior taxa de abstenção nominal, resultante do maior universo eleitoral. De resto, em Portugal faltou um dos fatores de mobilização eleitoral noutros países, que foi não existir o desafio da direita nacionalista!...
[Revisto]

Adenda 3
Parece-me assaz cínica a imputação exclusiva que os jornalistas em geral fazem aos partidos quanto à responsabilidade pela elevada abstenção. Ora, a meu ver, os jornalistas são corresponsáveis, a pelo menos dois títulos: (i) quando ignoram sistematicamente as decisões da União, mesmo quando elas impactam decisivamente as nossas vidas (em geral para melhor); (ii) quando, nas campanhas eleitorais ou fora delas, destacam sobretudo os aspetos anedóticos, quezilentos ou menos recomendáveis da vida política, desvalorizando tudo o resto, como voltou a verificar-se nesta campanha.