domingo, 23 de junho de 2019

Sim, mas... (2): Propostas fiscais

O PS vai propor no seu programa eleitoral a integração progressiva de todos os rendimentos no IRS, eliminando as atuais "taxas liberatórias" fixas (28%) para os rendimentos de capital (juros, dividendos e rendas), o que até agora tem sido bandeira da extrema-esquerda parlamentar.
É evidente que tal medida, além de ter apoio constitucional, melhora a equidade fiscal e aumenta a receita orçamental. Todavia, num país onde a poupança definha e o capital escasseia, esse aumento de impostos é capaz de ter efeitos assaz negativos sobre uma e outro.

Adenda
Em contrapartida, o mesmo projeto de programa eleitoral do PS deixou de incluir a proposta de restaurar o imposto sobre sucessões e doações de elevado montante, que fez parte do programa eleitoral de 2015 (mas que já tinha caído no programa do Governo). Ou seja, enquanto se propõe reforçar a progressividade fiscal sobre os rendimentos, deixa de combater a desigualdade de riqueza. Uma à esquerda, outra à direita...

Adenda (2)
Um leitor faz duas observações pertinentes: primeiro, não se entende que o PS proponha agora a reintegração das rendas no IRS geral, quando ainda recentemente decidiu a redução da "taxa liberatória" para os arrendamentos de maior duração; segundo, a instabilidade fiscal quando aos rendimentos do capital gera insegurança para os investidores e retrai o investimento.