sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

Eleições parlamentares 2022 (13): Tiro sobre o PS

Passado o equívoco da "Geringonça", em que fingiram assumir-se como parte da solução de governo, Bloco e PCP regressam ao seu terreno familiar, ou seja, zurzir o PS como principal alvo político, como nunca verdadeiramente deixou de ser, acrescentando à agressividade política a hipocrisia de se dizerem dispostos para reeditar a parceria que friamente assassinaram em outubro, de mãos dadas com a direita, desencadeando a crise política que provocou estas eleições. Não há segundo casamento com parceiros inconfiáveis.

Compreende-se a sua patética combatividade contra um enventual governo de maioria do PS. Do mal, o menos: se tiverem de aturar mais um Governo do PS, que seja um governo que eles possam derrubar, como fizeram ao Governo cessante. Para eles só há dois governos do PS bons: os que sejam reféns deles e os governos por eles derrubados. 

Adenda (22/1)
Um leitor observa que, caso o PS perca as eleições, como as sondagens agora aventam, as relações entre os socialistas e a esquerda radical, cuja irresponsável rejeição do orçamento terá entregado o poder à direita, vão passar inevitavelemnte por uma nova era de relações belicosas, sem paralelo desde os tempos da Revolução. Justificadamente, direi eu. A equívocada parceria da Gerigonça não podia apagar o fosso político-ideológico que permanece entre um partido social-democrata e os partidos que continuam fiéis ao legado leninista e troskista.