O mesmo Ocidente político que, em nome do Direito internacional, justamente condena a anexação russa dos territórios ocupados no leste da Ucrânia (mesmo tratando-se de territórios maioritariamente russófonos a que a Ucrânia recusava a devida autonomia e que desde 2011 flagelava militarmente), não levanta, porém, o mais ténue protesto contra a crescente anexação por Israel da cidade de Jerusalém e da Cisjordânia, incluindo a expulsão dos seus legítimos residentes palestinianos e o levantamento de muros de separação em território alheio.
E enquanto a Ucrânia beneficia de apoio militar, financeiro e político sem limites dos membros da NATO, e a Rússia é alvo de sanções económicas e políticas sem precedentes, no Médio Oriente é o Estado ocupante que beneficia de todos os apoios ocidentais, enquanto as vítimas da anexação são abandonadas ao arbítrio do poderoso invasor.
Afinal, hipocritamente, há anexações e anexações - depende de serem feitas pelos nossos amigos ou pelos nossos inimigos estratégicos. E há, de um lado, as vítimas que merecem toda a proteção e, do outro, os "réprobos da Terra", que nenhuma merecem - azar dos palestinianos....