1. É impossível exagerar a gravidade da violência destrutiva nas ruas de França (incluindo incêndios, pilhagens e agressões), na sequência da morte a tiro de um jovem condutor numa operação policial.
Depois dos "coletes amarelos" e dos protestos contra a elevação da idade da aposentação para os 64 anos, esta é a terceira vaga de protestos sociais, e a mais violenta, mostrando a profundidade das clivagens sociais e políticas em França.
2. A radicalização social e política reflete-se não apenas no crescente isolamento do Governo centrista de Macron, mas também na grande contração do apoio dos dois partidos democráticos que alternaram no poder em França nas últimas décadas, nomeadamnte o centro-direita (hoje, os Republicanos) e o centro-esquerda (o PSF), em favor da extrema-direta (Le Pen) e da extrema-esquerda (a France Insubmissa).
Como a história mostra, a violência nas ruas e a insegurança social só revertem em favor da extrema-direita.