Há um ano dei a ideia de se organizar esta conferência ao PSE, acreditando que a mudança de Presidente nos EUA abriria novas oportunidades no domínio do desarmamento e da não-proliferação nucleares e justificaria um esforço de articulação entre a UE e os EUA.
Entretanto, a eleição de
Barack Obama -
que durante a campanha sustentou explicitamente a vontade de trabalhar para um mundo sem armas nucleares - confirma que, da periferia dos debates estratégicos, o desarmamento nuclear passou agora para o
mainstream.
Este debate organizado hoje, em Bruxelas, pelo Partido Socialista Europeu demonstrou que as velhas doutrinas nucleares da NATO - elaboradas no contexto da Guerra Fria - são hoje obsoletas face à natureza assimétrica e atomizada das principais ameaças do século XXI.
Que contraste entre o representante da NATO,
Guy Roberts, declarando fé inabalável na capacidade das armas nucleares de proteger os
bons contra os
maus, e
Ellen Tauscher, Congressista Democrata americana, que enunciou as medidas a ser gizadas pela equipa de
Obama para o reforço da
AIEA e o fortalecimento do
Tratado de Não-proliferação Nuclear e da restante arquitectura jurídica internacional nesta área!
Como observou o perito americano
Joe Cirincione: "Há dois anos a eleição de Obama parecia impossível. Da mesma maneira, um mundo liberto de armas nucleares já não é só utopia."