A «dégringolade» em Washington, Londres e capitais coniventes, além de varrer os serviçais, há-de derrubar os principais responsáveis. Ainda havemos mesmo de ver alguns «extraordinariamente rendidos»  - numa «rendition» de tipo diferente daquelas a  que tanto se afeiçoaram e por causa das quais ainda alguns irão parar ao banco dos réus.  E talvez a Comissão Temporária do PE sobre os voos da CIA  venha a dar uma ajudinha... 
A imprensa portuguesa de hoje parecia desdenhar por Rice, Powel e Goss  desdenharem de  receber  o Presidente Carlos Coelho e os outros membros da Comissão que na próxima semana estarão nos EUA. 
Pois bem:  Powel e Goss já foram ordinariamente rendidos! E  Rice, quanto mais se desdobra pelos «talk-shows»  de fim-de semana a defender Bush, mais se contradiz, desgasta e põe a jeito... (o "Daily Show" é que se regala!).
De facto, pouco havia a esperar daqueles interlocutores - mas era dever de ofício da Comissão do PE procurar ouvi-los. Porque a verdade é que não faltam nos EUA agentes da CIA, altos funcionários, civis e militares, jornalistas, advogados, defensores dos direitos humanos e Congressistas desejosos de dar umas dicas à Comissão Temporária do PE...
Que comecem a cuidar-se os governos coniventes (encobridores incluidos). 
Steinmeyer, o MNE alemão, já aceitou vir depôr à Comissão do PE, sobre o caso Khaled El Masri (vd. artigo na ABA DA CAUSA «Voos da CIA: é preciso investigar», 17.4) e nao só.  Quem, a seguir, se furtar, fica marcado. 
Que tal começarem a reunir  todos os dados, junto dos serviços envolvidos, para poderem esclarecer a Comissão do PE sobre quem voava e quem tripulava nos mais de mil voos de empresas testas-de-ferro da CIA que transitaram por aeroportos europeus (portugueses incluidos)? É  que os dados do EUROCONTROL  já estão na posse dos membros da Comissão. E o que sugerem é muito pior do que tudo o que se tem dito e escrito.  
E que tal os governos europeus começarem a verificar se os procedimentos de autorização e inspecção foram entretanto realmente reforçados, para evitar a passagem de mais voos para sinistras e comprometedoras «extraordinary renditions»?
