«Não concordo com a complacência geral em relação às atitudes e posições de Manuel Alegre.
Sendo militante do PS, ele não deveria disponibilizar-se para ser a estrela num comício claramente orquestrado pelo Bloco de Esquerda para combater as políticas do Governo do PS, como aconteceu no fim de semana. Como é que um partido pode admitir que um seu militante qualificado, deputado, participe numa iniciativa de um partido da oposição, que aliás define o PS como inimigo principal? E com que direito é que há militantes dispensados das regras normais da solidariedade partidária?
Ninguém é obrigado a ser filiado num partido, nem a concordar com a orientação partidária, mas não é admissível que se alie ostensivamente aos adversários para combater o próprio partido.»
Guilherme T.
Comentário
Compreendo o argumento, mas há situações em que os partidos têm de "engolir sapos" e devem "assobiar para o ar".
Não sendo eu filiado no PS nem sendo suspeito de alinhar com as posições de Manuel Alegre, julgo porém que a última coisa que o PS deveria fazer era empurrá-lo para fora, ou fazer menção disso, mesmo sabendo-se que o interessado explora esta posição da direcção do Partido para "esticar a corda". A meu ver, o PS não deve dar-se ao luxo de perder, sem o tentar evitar, a franja que Alegre representa, diminuindo a amplitude do espectro político-doutrinário do partido, que constitui um dos seus principais activos políticos.
Aliás, com atitudes como a referida Alegre só contribui para diminuir os seus possíveis apoios internos...