A esta hora ainda não se sabe o resultado do referendo irlandês. Mas a anémica participação eleitoral parece dar vantagem aos eurocépticos. Se ganhar o NÃO, ninguém sabe muito bem o que vai acontecer: mas uma coisa é certa, os avanços que o Tratado de Lisboa prevê para a vida política de 500 milhões de cidadãos europeus não podem ser neutralizados - de um dia para o outro - por um referendo em que apenas 40% dos eleitores num país com 4.2 milhões de habitantes se dignaram a ir votar.
Em 2001 o eleitorado irlandês também começou por dizer NÃO ao Tratado de Nice. Em Junho desse ano 35% do eleitorado votou, dos quais 50% contra Nice e 46% a favor. E sem Nice não tinha havido alargamento da União em 2004... Mas em Outubro de 2002, em novo referendo, a participação eleitoral subiu para quase 50% e os eleitores mudaram completamente de ideias: 63% votaram SIM a Nice.
Não digo que se volte a repetir o referendo se ganhar o NÃO desta vez. Mas não se pode deixar um resultado negativo na Irlanda varrer as 18 ratificações do Tratado que já se registaram.
Uma pequena nota sobre a campanha do NÃO na Irlanda. O único partido com representação parlamentar a opor-se ao Tratado foi o Sinn Fein. Mas não lutou sozinho. Foi ajudado por... John Bolton, antigo Embaixador dos EUA nas Nações Unidas e Undersecretary of State para a Não-proliferação e Segurança Internacional de Bush nos anos decisivos entre 2001 e 2005. Em intervenções públicas na Irlanda, o neocon Bolton disse que não percebia "porque é que as pessoas deviam voluntariamente dar mais poder aos burocratas [em Bruxelas]". Mas a passagem mais reveladora é a seguinte: "temo que [o Tratado] enfraqueça a NATO. Porque, se a União Europeia tiver as suas próprias capacidades militares... as pessoas diriam que se os europeus podem tratar da sua própria defesa, já não precisam da NATO."
É claro que o Tratado de Lisboa não enfraquece a NATO, mas estas palavras são bem reveladoras: para gente da laia de Bolton, a NATO não serve para a verdadeira concertação transatlântica em questões de segurança - como a invasão do Iraque e o plano de instalar um sistema de defesa anti-míssil na Europa tão bem demonstraram - mas antes como baluarte contra quaisquer tentativas europeias de desenvolver os rudimentos de autonomia estratégica.
Com Sinn Fein e John Bolton juntos do lado do NÃO, esperemos que ganhe o SIM!
Blogue fundado em 22 de Novembro de 2003 por Ana Gomes, Jorge Wemans, Luís Filipe Borges, Luís Nazaré, Luís Osório, Maria Manuel Leitão Marques, Vicente Jorge Silva e Vital Moreira
A apresentar mensagens correspondentes à consulta bolton ordenadas por relevância. Ordenar por data Mostrar todas as mensagens
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sexta-feira, 13 de junho de 2008
sábado, 8 de julho de 2006
Bolsar Bolton...
Publicado por
AG
No artigo do WASHINTON POST que refiro no post anterior, o embaixador Richard Holbrooke sublinha a ausência no encontro entre os enviados de Bush e Kofi Annan e Malloch Brown do actual embaixador americano junto da ONU, John Bolton (estava ele em vociferante desaguisado com Malloch Brown, a propósito do processo de reforma da ONU).
De facto, a atitude arrogante e de desafio de Bolton não ajuda nada Washington face à enormidade da tarefa diplomática que se propõe alcançar para passar a bola à ONU no Iraque.
O que vale é que Bolton está a prazo na ONU, uma vez que não foi sequer confirmado pelo Senado...
De facto, a atitude arrogante e de desafio de Bolton não ajuda nada Washington face à enormidade da tarefa diplomática que se propõe alcançar para passar a bola à ONU no Iraque.
O que vale é que Bolton está a prazo na ONU, uma vez que não foi sequer confirmado pelo Senado...
quarta-feira, 30 de março de 2005
Bush bolsa-nos Bolton e Wolfie
Publicado por
AG
A viagem do Presidente Bush aa Europa em Fevereiro fez criar expectativas de que algumas liccoes tivessem sido aprendidas com a aventura unilateralista no Iraque e de que o segundo mandato pudesse ser diferente do primeiro, mais necessitado de buscar concertaccao internacional, designadamente com os europeus.
Mas as nomeaccoes de Paul Wolfowitz para o Banco Mundial e de John Bolton para embaixador dos EUA na ONU, prometem mais do mesmo: Bush 1.
Sao dois sujeitos com quem eu, por acaso, cruzei caminhos, na minha vida diplomatica.
Sobre Bolton, escrevo assim que o trabalho me deixar, aqui na Etiopia - onde me encontro de roda de um teclado abexim, no qual naao consigo encontrar acentos ou cedilhas (defeito meu, decerto).
Sobre Wolfie, vai a seguir.
Mas as nomeaccoes de Paul Wolfowitz para o Banco Mundial e de John Bolton para embaixador dos EUA na ONU, prometem mais do mesmo: Bush 1.
Sao dois sujeitos com quem eu, por acaso, cruzei caminhos, na minha vida diplomatica.
Sobre Bolton, escrevo assim que o trabalho me deixar, aqui na Etiopia - onde me encontro de roda de um teclado abexim, no qual naao consigo encontrar acentos ou cedilhas (defeito meu, decerto).
Sobre Wolfie, vai a seguir.
terça-feira, 5 de dezembro de 2006
Os homens de Bush
Publicado por
Vital Moreira
Como já se esperava, Bush renunciou a renomaer John Bolton como embaixador dos Estados Unidos nas Nações Unidas. Mesmo antes da tomada de posse do novo Congresso de maioria Democrata, já se sabia que Bolton não obteria a homologação do Senado.
Depois da queda de Rumsfeld, logo a seguir às eleições, é mais uma vítima no campo "bushista", em resultado da vitória Democrata. Um neocon a menos!
PS - Os nossos bushistas militantes optaram pela "demissão" pelo silêncio. Assobiam para o ar. A "libertação" do Iraque, afinal, nunca existiu!
Depois da queda de Rumsfeld, logo a seguir às eleições, é mais uma vítima no campo "bushista", em resultado da vitória Democrata. Um neocon a menos!
PS - Os nossos bushistas militantes optaram pela "demissão" pelo silêncio. Assobiam para o ar. A "libertação" do Iraque, afinal, nunca existiu!
sexta-feira, 22 de abril de 2005
Bolton
Publicado por
Vital Moreira
Se dependesse dos nossos neoconservadores domésticos, a nomeação de John R. Bolton, o falcão ultraconservador, para representante dos Estados Unidos nas Nações Unidas -- instituição que ele várias vezes desprezou -- tinha a unanimidade, tais foram as loas que recebeu entre nós. Mas ela continua longe de assegurada, apesar da confortável maioria republicana no Senado, que tem de confirmar a escolha de Bush. Para além da oposição democrata, há vários senadores republicanos que se recusam a secundar a nomeação. Agora é o New York Times que dá conta das reservas de Colin Powell, ex-ministro dos negócios estrangeiros de Bush.
quarta-feira, 19 de setembro de 2007
SIC e Cymerman em cima da Síria!
Publicado por
AG
Excelente e oportuna a reportagem de Henrique Cymerman que foi transmitida ontem na SIC Notícias sobre a operação que as forças armadas israelitas levaram a cabo recentemente na Síria. Israel terá destruido material nuclear norte-coreano, transferido para a Síria talvez como forma de rentabilizar um programa nuclear que - a crer no sucesso das negociações entre Pyongyang e Washington - tem os dias contados.
Provas? Não temos. Mas o silêncio ensurdecedor da Síria e a relutância de Damasco em dar visibilidade internacional ao que aconteceu (nomeadamente queixando-se no Conselho de Segurança das Nações Unidas) só pode significar uma coisa: o regime de Assad tem qualquer coisa a esconder. E deve saber que se puser a boca na botija, Israel responderá com material incriminatório...
Mas ao contrário do que apregoa o alarmista irresponsável John Bolton, acima de tudo importa não tentar extrapolar do caso sírio para o caso iraniano. O programa nuclear iraniano passou há muito a fase em que podia ser travado com meios militares. Por Israel, pelos EUA, ou seja por quem for. E para além disso, as consequências para a região e para o mundo de um ataque supostamente 'cirúrgico' contra o Irão seriam catastróficas: uma guerra no Golfo Pérsico mergulharia o Iraque, o Líbano, a Palestina e... Israel no caos. E com eles, todos nós.
Provas? Não temos. Mas o silêncio ensurdecedor da Síria e a relutância de Damasco em dar visibilidade internacional ao que aconteceu (nomeadamente queixando-se no Conselho de Segurança das Nações Unidas) só pode significar uma coisa: o regime de Assad tem qualquer coisa a esconder. E deve saber que se puser a boca na botija, Israel responderá com material incriminatório...
Mas ao contrário do que apregoa o alarmista irresponsável John Bolton, acima de tudo importa não tentar extrapolar do caso sírio para o caso iraniano. O programa nuclear iraniano passou há muito a fase em que podia ser travado com meios militares. Por Israel, pelos EUA, ou seja por quem for. E para além disso, as consequências para a região e para o mundo de um ataque supostamente 'cirúrgico' contra o Irão seriam catastróficas: uma guerra no Golfo Pérsico mergulharia o Iraque, o Líbano, a Palestina e... Israel no caos. E com eles, todos nós.
terça-feira, 3 de abril de 2007
Nancy Pelosi na Síria
Publicado por
Vital Moreira
«Diplomacia paralela», berrariam eles aqui, escandalizados.
Lá estão sobretudo atordoados com a desfaçatez. Ninguém cuidou sequer de fazer o guignol chefe ensaiar o que dizer....
"Vade retro Satanás", excomunga o «neo-con» John Bolton, furibundo por ela se afoitar a descer a um dos vértices do "Eixo do mal".
Mas a Nancyzinha não se intimida: o poder é para exercer, as competências são para usar, os «old boys» ainda vão ter muito mais com que se arrepiar, que isto de ter uma mulher como "speaker" na Câmara dos Representantes tem de significar valente varredela.
Com calma olímpica e um sorriso de quem está a gozar cada vassourada, ela já explicou que ao ir a Damasco se limita a pôr em prática o que o «Baker-Hamilton Study Group» recomendou ao Presidente...
Não vai à toa, nem sozinha. Vai numa missão de "fact finding" por todo o Médio Oriente. À ilharga, significativamente, leva Tom Lantos, o Presidente da Comissão de Relações Externas da Câmara, um veterano a garantir apoio de importantes sectores do «lobby» judeu.
Vai Nancy, vai! Mostra que sabes abrir caminho e começar a arredar o entulho que eles não fizeram senão semear.
posted by Ana Gomes
Lá estão sobretudo atordoados com a desfaçatez. Ninguém cuidou sequer de fazer o guignol chefe ensaiar o que dizer....
"Vade retro Satanás", excomunga o «neo-con» John Bolton, furibundo por ela se afoitar a descer a um dos vértices do "Eixo do mal".
Mas a Nancyzinha não se intimida: o poder é para exercer, as competências são para usar, os «old boys» ainda vão ter muito mais com que se arrepiar, que isto de ter uma mulher como "speaker" na Câmara dos Representantes tem de significar valente varredela.
Com calma olímpica e um sorriso de quem está a gozar cada vassourada, ela já explicou que ao ir a Damasco se limita a pôr em prática o que o «Baker-Hamilton Study Group» recomendou ao Presidente...
Não vai à toa, nem sozinha. Vai numa missão de "fact finding" por todo o Médio Oriente. À ilharga, significativamente, leva Tom Lantos, o Presidente da Comissão de Relações Externas da Câmara, um veterano a garantir apoio de importantes sectores do «lobby» judeu.
Vai Nancy, vai! Mostra que sabes abrir caminho e começar a arredar o entulho que eles não fizeram senão semear.
posted by Ana Gomes
quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007
O 'eixo do mal' já não é o que era... III
Publicado por
AG
Quais são as vantagens deste acordo em relação àquele que o Presidente Clinton assinou em 1994? Desta vez, a China, a Rússia, o Japão e a Coreia do Sul juntaram as suas assinaturas às da Coreia do Norte e de Washington, dando uma dimensão regional (e talvez mais solidez) ao acordo; a Coreia do Norte desta vez só recebe o grosso da ajuda depois de ter congelado o seu programa nuclear e revelado a verdadeira dimensão do seu arsenal.
O que é triste é que em 2003, quando estalou a última crise, a Coreia do Norte expulsou os inspectores internacionais e o acordo de Clinton foi por águra abaixo, a Administração Bush, em vez de levar a cabo uma ofensiva diplomática para salvar o acordo, decidiu levar a cabo uma ofensiva militar contra o Iraque.
É verdade que o papel da China foi decisivo nisto tudo, e que nem tudo dependia dos EUA. Mas, como Bolton diz, e bem, este acordo resultou de uma mudança radical na estratégia americana. Era tão bom que o mundo tivesse ficado parado entre 2002 e 2007, enquanto os EUA recuperavam a razão.
Mas não ficou.
E entretanto a Coreia do Norte adquiriu meia-dúzia de armas nucleares.
O 'eixo do mal' já não é o que era... II
Publicado por
AG
John Bolton, que se tem mantido silencioso depois da forma humilhante como saiu do seu posto de Embaixador dos EUA nas Nações Unidas, vem agora dizer que este acordo "é muito mau", porque "contradiz premissas fundamentais da política do presidente".
As premissas fundamentais do presidente em relação à Coreia do Norte eram:
1. "Não recompensar mau comportamento" e
2. "Não entrar em processos de desarmamento gradual, já que não se pode confiar naquele regime."
Ora mais mau comportamento do que levar a cabo um teste nuclear (como foi o caso em Outubro do ano passado) é difícil. E no entanto cá estamos a 'recompensar' a Coreia do Norte. Se tudo isto tivesse acontecido mais cedo, talvez nem tivesse havido teste nuclear.
Quanto ao facto de não se poder "confiar naquele regime": o acordo depende completamente do cumprimento, por parte da Coreia do Norte, de tarefas específicas em várias fases (ligadas a recompensas em ajuda energética e humanitária), nomeadamente o desactivamento da central nuclear de Yongbyon, a abertura do país a inspectores internacionais, e a apresentação de uma lista exaustiva dos programas tecnológicos que compõem o programa nuclear.
...
sábado, 11 de novembro de 2006
E vão dois?
Publicado por
Vital Moreira
Depois da queda de Rumsfeld, o ex-ministro da defesa que foi o arquitecto da guerra no Iraque, parece que a próxima baixa causada na equipa de Bush pela derrota Republicana é o embaixador dos Estados Unidos nas Nações Unidas, John Bolton.
E depois querem convercer-nos que a derrota teve pouco a ver com a política externa!?
E depois querem convercer-nos que a derrota teve pouco a ver com a política externa!?
domingo, 13 de agosto de 2006
Porque falham os generais em Israel?
Publicado por
AG
Vale a pena ler no www.antiwar.com o artigo de 12/8/06 do israelita URI AVNER
"The Buck Stops Where?"
Não resisto a reproduzir extractos:
«Today the war entered its fifth week. Hard to believe: our mighty army has now been fighting for 29 days against a "gang" and "terrorist organization," as the military commanders like to describe them, and the battle has still not been decided.
(...)
Now everybody already admits that something basic has gone wrong in this war. The proof: the War of the Generals, which previously started only after the conclusion of a war, has now become public while the war is still going on.
The chief of staff, Dan Halutz, has found the culprit: Udi Adam, the chief of the Northern Command. He has practically dismissed him in the middle of the battle. That is the old ploy of the thief shouting, "Stop thief!" After all, it is obvious that the person mainly to blame for the failures of the war is Halutz himself, with his foolish belief that Hezbollah could be defeated by aerial bombardment alone.
But it is not only at the top of the army that mutual accusations are flying around. The army command accuses the government, which is retaliating in kind.»
(...)
But this is a sterile debate, because it ignores the main fact, which is becoming clearer from day to day: it is altogether impossible to win this war. That's why nothing is working as planned.
(...)
It is quite clear that the army command's wonderful plan did not include the defense of the rear within rocket range. There was no plan for the solution of the hundred and one problems emanating from the attack on Hezbollah: from the protection of the civilian population from thousands of missiles to the necessary economic arrangements when a third of the country's population is living under bombardment and is paralyzed. Now the public is crying out, and soon the ministers and generals will have to try to find somebody to blame for that, too.
For this war is being fought on the backs of the weak, who cannot afford to "evacuate themselves" from the rockets' area. The rich and well-to-do got out long ago ? in Israel as well as in Lebanon.
(...)
"Now the end of the killing depends on the UN. David Ben-Gurion called it contemptuously "UNO-SHMUNO" (UM-SHMUM in Hebrew). In the 1948 war, he violated its cease-fire resolutions whenever it suited him (as a soldier, I took part in some of these actions). He and all his successors over the years have violated almost all the UN decisions concerning us, arguing (not without justification) that the organization was dominated by an automatic anti-Israeli majority, consisting of the Soviet bloc and Third World countries.
Since then, the situation has changed. The Soviet bloc has collapsed and the UN has become an arm of the U.S. State Department. Kofi Annan has become a janitor, and the real boss is the U.S. delegate, John Bolton, a raving neocon and therefore a great friend of Israel. He wants the war to go on.
(...)
The new proposals of the Beirut government have lit red lights in Jerusalem. The Lebanese government proposes to deploy 15,000 Lebanese troops along the border, declare a cease-fire and get the Israeli troops out of Lebanon. That is exactly what the Israeli government demanded at the start of the war. But now it looks like a danger. It could stop the war without an Israeli victory.
Thus a paradoxical situation has arisen: the Israeli government is rejecting a proposal that reflects its original war aims, and instead demands the deployment of an international force, which it objected to strenuously at the start of the war. That's what happens when you start a war without clear and achievable aims. Everything gets mixed up.
(...)
The civilians who pose as war leaders are no better then the generals. A veteran general might even have learned something from his experience.
I am going now to say something I did not think I would ever utter: It is quite possible that we would not have slid into this foolish war if Ariel Sharon were in charge. Fact: he did not attack Hezbollah after the withdrawal in 2000. One attempt was enough for him. Which proves again that there is nothing so bad that something worse cannot be found.
The lust for war also explains the talking choir of the hundreds of ex-generals, who think and talk in unison in favor of the war. A cynic would say, what's the big deal, after all it's the army that gave them their standing in society. They are important only as long as the conflict between Israel and the Arab world continues. The conflict guarantees their status. They have no interest whatsoever in its resolution.
But the phenomenon is more profound. The army is the crucible for senior officers. It shapes their world outlook, their attitude and style. Apart from the settlers, the senior officers' corps ? in and out of uniform ? is today the only ideological party in Israel and therefore has a huge influence. It can easily gobble up a thousand little functionaries like Amir Peretz before breakfast.
This is why there is no real self-criticism. At the beginning of the fifth week, the slogans are again, Forwards! To the Litani! Further! Stronger! Deeper!»
"The Buck Stops Where?"
Não resisto a reproduzir extractos:
«Today the war entered its fifth week. Hard to believe: our mighty army has now been fighting for 29 days against a "gang" and "terrorist organization," as the military commanders like to describe them, and the battle has still not been decided.
(...)
Now everybody already admits that something basic has gone wrong in this war. The proof: the War of the Generals, which previously started only after the conclusion of a war, has now become public while the war is still going on.
The chief of staff, Dan Halutz, has found the culprit: Udi Adam, the chief of the Northern Command. He has practically dismissed him in the middle of the battle. That is the old ploy of the thief shouting, "Stop thief!" After all, it is obvious that the person mainly to blame for the failures of the war is Halutz himself, with his foolish belief that Hezbollah could be defeated by aerial bombardment alone.
But it is not only at the top of the army that mutual accusations are flying around. The army command accuses the government, which is retaliating in kind.»
(...)
But this is a sterile debate, because it ignores the main fact, which is becoming clearer from day to day: it is altogether impossible to win this war. That's why nothing is working as planned.
(...)
It is quite clear that the army command's wonderful plan did not include the defense of the rear within rocket range. There was no plan for the solution of the hundred and one problems emanating from the attack on Hezbollah: from the protection of the civilian population from thousands of missiles to the necessary economic arrangements when a third of the country's population is living under bombardment and is paralyzed. Now the public is crying out, and soon the ministers and generals will have to try to find somebody to blame for that, too.
For this war is being fought on the backs of the weak, who cannot afford to "evacuate themselves" from the rockets' area. The rich and well-to-do got out long ago ? in Israel as well as in Lebanon.
(...)
"Now the end of the killing depends on the UN. David Ben-Gurion called it contemptuously "UNO-SHMUNO" (UM-SHMUM in Hebrew). In the 1948 war, he violated its cease-fire resolutions whenever it suited him (as a soldier, I took part in some of these actions). He and all his successors over the years have violated almost all the UN decisions concerning us, arguing (not without justification) that the organization was dominated by an automatic anti-Israeli majority, consisting of the Soviet bloc and Third World countries.
Since then, the situation has changed. The Soviet bloc has collapsed and the UN has become an arm of the U.S. State Department. Kofi Annan has become a janitor, and the real boss is the U.S. delegate, John Bolton, a raving neocon and therefore a great friend of Israel. He wants the war to go on.
(...)
The new proposals of the Beirut government have lit red lights in Jerusalem. The Lebanese government proposes to deploy 15,000 Lebanese troops along the border, declare a cease-fire and get the Israeli troops out of Lebanon. That is exactly what the Israeli government demanded at the start of the war. But now it looks like a danger. It could stop the war without an Israeli victory.
Thus a paradoxical situation has arisen: the Israeli government is rejecting a proposal that reflects its original war aims, and instead demands the deployment of an international force, which it objected to strenuously at the start of the war. That's what happens when you start a war without clear and achievable aims. Everything gets mixed up.
(...)
The civilians who pose as war leaders are no better then the generals. A veteran general might even have learned something from his experience.
I am going now to say something I did not think I would ever utter: It is quite possible that we would not have slid into this foolish war if Ariel Sharon were in charge. Fact: he did not attack Hezbollah after the withdrawal in 2000. One attempt was enough for him. Which proves again that there is nothing so bad that something worse cannot be found.
The lust for war also explains the talking choir of the hundreds of ex-generals, who think and talk in unison in favor of the war. A cynic would say, what's the big deal, after all it's the army that gave them their standing in society. They are important only as long as the conflict between Israel and the Arab world continues. The conflict guarantees their status. They have no interest whatsoever in its resolution.
But the phenomenon is more profound. The army is the crucible for senior officers. It shapes their world outlook, their attitude and style. Apart from the settlers, the senior officers' corps ? in and out of uniform ? is today the only ideological party in Israel and therefore has a huge influence. It can easily gobble up a thousand little functionaries like Amir Peretz before breakfast.
This is why there is no real self-criticism. At the beginning of the fifth week, the slogans are again, Forwards! To the Litani! Further! Stronger! Deeper!»
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