1. Sem saudades
Duas reacções ao
meu post de há dias sobre Coimbra: de
Filipe Nunes Vicente no "Mar Salgado" e de
JMT no "Exacto".
Vêm de dois graduados da UC, ambos assaz críticos de Coimbra e da Universidade. Trata-se, aliás, de um filão que tem uma forte tradição na nossa literatura. A "alma mater" não deixa saudades em toda a gente.
![](https://lh3.googleusercontent.com/blogger_img_proxy/AEn0k_vnPJVNKzTgLSEuTrq7hRQImphJpJi-zH4ihMXj3Dbt2-fPj6lTH7SNNAUC5QD53DyE2hQpo6NDaG7-wafocHx4GJq6bd2P4XTbIFV9rgF2U1N23fELFrgDCBXJsKAQtgIsuv0OYkx6qa0OFCceQRbR-k6hf-FCszgTqvlX6YL7ejJ-KSaJfV_XVGcSX9MIuM4=s0-d)
Não me coloco no extremo oposto, do elogio acrítico. Quem conhece as minhas opiniões, em geral publicadas, sabe como tenho sido um severo crítico das debilidades da cidade, da Universidade e das "forças vivas", como antigamente se dizia, (sem poupar os estudantes, que alguns julgam que tem sempre razão nas suas "justas lutas"...). A própria rubrica destas minhas notas coimbrãs, "Coimbra Desencantada", aí está para realçar a minha perspectiva. Mas, primeiro, recuso-me a só ver as limitações e deficiências, sem ver o outro lado (e ele também existe). Segundo, não me limito a criticar o que existe de mau ou medíocre; também tenho procurado desempenhar a minha parte côngrua nos esforços pela mudança. [Na imagem, o logotipo do "
Coimbra Group", uma associação de prestigiadas universidades europeias.]
2. Miguel Torga
![](https://lh3.googleusercontent.com/blogger_img_proxy/AEn0k_spUoWVSxdCgAJpL5-1NKWg803XDY0q_0Nu7Bq1bvmc393fhp4bNV4NNRW6TaYKqu5KNptGwWwzG_S9On0E_y9qmpnGlKPiplMYEjPAcUos_xpxwYkSDKR8npka-nTuSzJVkeM=s0-d)
O Município de Coimbra acaba de adquirir a Clara Rocha, a filha do grande poeta e escritor
Miguel Torga (aliás Adolfo Rocha na vida "civil"), a casa onde este viveu até à morte, para aí instalar uma casa-museu dedicada ao autor dos "Diários". A mesma anunciou a doação de um importante
espólio literário do escritor.
Com esta aquisição Carlos Encarnação, o presidente da Câmara Municipal, concretizou ainda em ano de "Coimbra - Capital Nacional da Cultura" a segunda iniciativa de relevo nesta área, depois de ter adquirido a casa do poeta
João José Cochofel, na velha Alta da cidade (que foi local de reunião e tertúlia da geração neo-realista dos anos 40 do século passado, o último dos grandes movimentos literários a ter expressão relevante em Coimbra), para aí instalar a "
Casa da Escrita".
E, de facto, se Coimbra quer assumir a sua vocação primordial de cidade da cultura e do conhecimento, esta valorização do património literário da cidade faz todo o sentido.
Vital Moreira