1. A caminho da derrota
Particularmente más são as perspectivas eleitorais da coligação governamental, segundo o "Barómetro" de Abril da Marktest para o DN e a TSF. Por junto os dois partidos somam menos de 39%, bem abaixo do PS sozinho, que perfaz 42%. Somados os três partidos de esquerda, eles valem 56%. Um desastre eleitoral em perspectiva para a direita.
O único ponto de relativo alívio para o PSD, com uns respeitáveis 36,5% de intenções de voto, é a distância ainda não dramática para o PS, que se fica pelos 42%. Já o CDS/PP tem razões para muito maior preocupação, reduzido que está a uns ridículos 2,6%, ficando em 5º lugar no ranking partidário, muito abaixo do PCP e do BE!
2. Nada de brilhante
Apesar de aparecer à frente da coligação governamental, o PS não tem razões para embandeirar em arco com estes resultados. Primeiro, porque um score de menos de 42% nesta altura de intensas dificuldades governamentais não é propriamente brilhante, ficando aquém dos resultados eleitorais do partido em 1995 e 1999. Depois, porque no contexto da esquerda o PS não conquista terreno ao PCP e deixa fugir eleitorado para o BE, que aparece surpreendentemente a par daquele. A explicação para estes resultados está na imagem fracamente atraente de Ferro Rodrigues e no défice de estratégia e de "elan" oposicionista dos socialistas, frequentemente superados pelos partidos à sua esquerda. O PS está a precisar manifestamente de estimulantes!
3. Imitar os Verdes?
O CDS-PP revela-se crescentemente abandonado nas preferências dos inquéritos eleitorais. Nas próximas eleições a lista conjunta com o PSD vai esconder essa rarefacção política do partido de Paulo Portas. A pergunta que se põe é a de saber se o CDS/PP voltará a deixar-se contar separadamente em eleições nos próximos anos. Será que o seu destino é o de imitar os Verdes, limitando-se a parasitar eleitoralmente o PSD enquanto convier a este? E quando PSD concluir que é um mau negócio manter esse apêndice, ainda por cima ideologicamente comprometedor?