Por via do Grande Loja ficamos a saber que o Grão-mestre do Grande Oriente Lusitano, António Arnaut, recebeu no Palácio Maçónico o senhor Duarte Pio de Bragança, descendente da antiga casa real portuguesa. Pode ser louvável que a Maçonaria queira ter boas relações com a "Casa de Bragança", como ele diz (embora a dita só exista hoje como fundação com esse nome). Mas não deixa de ser intrigante que, segundo a notícia, se utilizem expressões como o "herdeiro da coroa portuguesa" (herdeiro de quê?!), "Duque de Bragança" e "D." Duarte Pio, que só têm sentido na boca dos monárquicos, sendo um contra-senso quando utilizadas por um republicano, que devia recusar formas de tratamento e designações próprias do regime extinto em 5 de Outubro de 1910, tendo sido designadamente abolidos os títulos nobiliárquicos (ainda que hoje admissíveis pelo Código de Registo Civil, desde que existentes antes da República).
Claramente sobrevivem resquícios monárquicos onde menos se suspeita!...