«Não sou um empedernido saudosista, mas apraz-me registar que a faustosa grandeza passada de Portugal apresenta, ainda hoje, alguns lampejos. Todavia, cada vez mais frustes. A Língua Portuguesa é o elemento que resta do sumptuoso alforge de riquezas a que o nosso país dava acoito. A preservação do património da Humanidade é um desígnio de todos. A Língua Portuguesa, como veículo que transportou a beleza literária até aos píncaros, não pode continuar a ser mutilada. Os portugueses têm a missão de forjar uma irídica muralha, que circunde a Língua de Camões e de Pessoa. Eu procuro oferecer, quotidianamente, um bloco para essa ingente e imperiosa construção. Porque os engenhos bélicos não ameaçam a pátria, necessárias não são muralhas tangíveis. Porque a "minha pátria é a Língua Portuguesa", mudemos de paradigma e erijamos protecções contra as ameaças dos novos tempos.»
Vítor Sousa