Afinal, depois de tantas voltas e reviravoltas, o longo mistério das presidenciais parece ter desfecho anunciado. Segundo tudo indica, será mesmo um duelo Cavaco-Guterres, como os amantes de emoções fortes gostariam de ver em cena.
Guterres quebrou o silêncio, esta semana, num congresso da Associação 25 de Abril, para tecer algumas considerações relativamente previsíveis mas carregadas de «subentendidos» políticos sobre a situação actual do país. E Cavaco foi mesmo a grande novidade do discurso de Santana Lopes na abertura do congresso do PSD.
Santana é um verdadeiro artista e, por isso, pouco lhe importará que aquilo que ainda ontem dizia sobre as desvantagens de uma candidatura presidencial de Cavaco se tenha subitamente metamorfoseado em vantagens evidentes. Resistirá o Professor a esta avenida que se abre à sua frente, ele que, mais do que nunca, faz questão em assumir uma postura suprapartidária? É óbvio que os tabus tácticos não acabaram, nem o de Cavaco, nem o de Guterres. Mas serão apenas isso, apenas tácticos. A não ser que...