No Prós & Contras de ontem, Helena Matos referiu, a despropósito, que Jorge Sampaio tinha recebido Marcelo Rebelo de Sousa, quando este comentador saiu da TVI no ano passado, mas não fez o mesmo agora que um administrador da empresa proprietária dessa estação se demitiu, em alegado protesto contra a compra da empresa por um grupo de media espanhol (a Prisa), tido por ligado ao PSOE.
Não vejo qual é o parelismo. No primeiro caso estava em causa uma patente violação da liberdade de expressão e opinião do referido comentador, que a empresa pretendia condicionar (por isso a questão foi também objecto de análise pela entidade reguladora dos media); o segundo caso não tem nada a ver com a liberdade de opinião e expressão na estação mas somente com a liberdade comercial da empresa detentora e dos seus accionistas, sobre a qual o poder público não tem poder legal para interferir (não existe hoje, como houve no passado, nenhum limite à detenção de media pelo capital estrangeiro).