Fica bem a António Vitorino tenta ilibar António Guterres e o PS da derrota no referendo sobre a despenalização do aborto de 1998.
Mas as coisas foram como foram. E quem andou por lá sabe muito bem como a posição do então secretário-geral do PS provocou a desmobilização do PS -- que, com algumas excepções, desertou literalmente da campanha, acreditando porventura que a despenalização venceria mesmo sem o seu empenhamento --, deixando o terreno livre para o radicalismo da extrema-esquerda, que por sua vez alienou muitos possíveis apoiantes do "sim". Houve vários factores no resultado de 1998, mas não vale a pena negar a quota parte de responsabilidade própria.