Escrevo de Washington, D.C. , capital dos EUA.
Mais uma reunião do "Diálogo Transatlântico" entre Parlamento Europeu e Congresso americano.
Sol e calor gloriosos - mas dentro das salas onde reunimos com os nossos interlocutores, do Departamento de Estado ao Capitólio, onde nos encontramos com a Speaker Nancy Pelosy e Harry Reid, o líder da maioria democrata no Senado, o "mood" é descontraído e muito simpático, mas sombrio quando se discute o presente. "Bush fatigue", explica em privado um Senador, que se confessa republicano.
No Pentágono, esta manhã, precisamente numa sala da ala reconstruída que sofreu o ataque do 11 Setembro, um alto funcionário respondeu, com americana candura, a pergunta (minha) sobre se as revelações sobre a actuação no Iraque dos seguranças/milícias privadas, contratados através de empresas como a Blackwater, não comprometiam gravemente a imagem de quem é suposto fazer a guerra e respeitar as leis da guerra - o Estado americano e os militares americanos. Respondeu que sim: o recurso a "contractors" tinha-se tornado a regra, para suprir a falta de militares, em resultado do abandono do recrutamento obrigatório. No Iraque, no Afeganistão, "elsewhere". Acumulavam-se os problemas: se estavem cobertos por seguros de vida, a que leis obedeciam, etc... "Há 4/5 anos adoptamos um "cavalier approach" e agora está tudo descontrolado..." Finalmente, sublinhou ele, o Congresso está a chamar a si o problema!...