terça-feira, 6 de janeiro de 2009

A revolução exangue

«Quase vinte anos depois da queda do comunismo soviético na Europa e da deriva capitalista da China, Cuba só agora, depois da saída de Fidel Castro, parece encarar o dilema entre a manutenção do status quo, insustentável a prazo, ou a adopção de reformas económicas e sociais, que podem permitir sair das dificuldades, mas que correm o risco de desencadear uma liberalização económica e política sem retorno, que ponha em causa os próprios alicerces do regime. As pequenas mudanças anunciadas por Raul Castro podem indicar a escolha da segunda via, mas a timidez das mesmas e a demora na sua implementação podem significar que enquanto Fidel Castro for vivo nada de substancial se alterará. Entretanto, apesar do balão de oxigénio da ajuda da Venezuela de Chávez, a situação pode degradar-se para além do suportável.»
Do meu artigo de hoje no Público, sobre os 50 anos da revolução cubana (link para assinantes).
Aditamento
Para uma descrição do desastre cubano, ver este artigo do El País, expressivamente intitulado "El naufragio cubano".
Aditamento 2
Sintomaticamente, a esquerda comunista entre nós, que por vezes aponta Cuba como exemplo de regime socialista bem sucedido, limitou-se a um registo de circunstância do meio século da revolução...
Aditamento 3
E os dogmas colectivistas começam a ceder: segundo o Público de hoje, «Raúl Castro autoriza os cubanos a construírem as suas próprias casas» (link para assinantes).