Defendo há muito (por último aqui) a tese de que o mercado único europeu, a começar pelo sector financeiro, reclama a existência de reguladores "federais" a nível da UE, com poderes efectivos (e não apenas poderes de recomendação), sem prejuízo da subsistência dos reguladores nacionais.
Vejo por isso com satisfação a notícia de que um vice-governador do BCE, Lucas Papademos, defendeu a existência de uma autoridade europeia de supervisão bancária, a nível da zona euro (que no seu entender seria o próprio BCE), cujas decisões seriam implementadas pelas autoridades de supervisão nacionais. Parece-me uma solução bem mais eficiente do que os actuais "comités europeus de supervisores", com funções informais de coordenação geral, e os "colégios de supervisores nacionais", para a coordenação da supervisão dos grupos financeiros transfronteiriços, há tempos encorajados pelo Conselho de Ministros da UE.