sábado, 12 de março de 2022

Contra a invasão da Ucrânia (13): Nem tudo são más notícias

Como noticia o bem informado Financial Times, enquanto a devastação da guerra prossegue, as negociações entre a Rússia e a Ucrânia parecem abrir perspetivas de solução diplomática, centrada sobre um estatuto de neutralidade ucraniana e abandono da entrada na Nato (a principal reivindicação russa), acompanhada de efetivas garantias de segurança recíproca -  afinal, a solução aqui preconizada desde o início. Segundo o jornal britânico (texto reservado a assinantes), «the two warring countries still seem to suggest that talk of neutrality might help silence the guns»

Infelizmente, nem as televisões nem o "comentariado" que as domina deram qualquer relevo a este desenvolvimento. Decididamente, a ideia de "silenciar as armas" não merece tempo de antena!

Adenda
Um leitor duvida que a via diplomática produza efeitos a curto, pois a Rússia só vai parar a invasão com a rendição da Ucrânia (o que não é para dias) e os Estados Unidos estão interessados no prologamento da guerra para fazer pagar um preço alto a Moscovo pela invasão. Sim, há o risco de os ucranianos se tornarem "carne para canhão" numa guerra que, de facto, se trava no seu território entre a Rússia e a Nato (embora sem intervenção aberta desta).