1. Com avanço semelhante ao de há cinco anos, Macron bateu de novo Le Pen na 1ª volta das eleições presidenciais francesas (gráfico acima com resultados provisórios), ficando bem colocado para vencer a 2ª volta e ser reeleito, se, como se espera, vier a contar com a maioria dos votos da esquerda e da direita republicana contra a candidata da extrema-direita, Le Pen.
Depois de em 2017 ter destroçado o PSF, deste vez a principal vítima de Macron foi a direita republicana. A candidata dos Les Republicains (Pécresse) obtém menos de 5% (em 5º lugar), enquanto a candidata socialista (Hidalgo) agrava a queda do PS, ficando agora com apenas 2% (em 10º lugar).
Trata-se de uma hecatombe política para os dois partidos que foram os protagonistas políticos da V República durante décadas, tendo sempre elegido o Presidente da República.
2. É o fim de uma era em França, em que o confronto político se travava entre a direita moderada e a esquerda moderada, agora reduzidas à mínima expressão eleitoral!
Para isso contribuiu não somente o sucesso da via centrista de Macron, mas também a radicaliação política do voto, traduzida na elevada votação dos três candidatos da extrema-direita (que somam mais de 30%) e do candidato da extrema-esquerda, Mélenchon (em 3º lugar, com mais de 20%), humilhando os demais candidatos da esquerda.
Com este quadro político, embora a provável reeleição de Macron torne previsível a vitória do partido presidencial (LRM) nas próximas eleições parlamentares, a composição do Parlamento e a correlação pós-eleitoral de forças políticas torna-se uma incógnita política. Aguardemos o II acto!
[revisto]