Por maior que seja a amplitude do poder de "externalização" de opiniões e comentários políticos pelo Presidente da República, um dos limites elementares deveria ser o de não tomar posição ao vivo em casos de conflito laboral entre os funcionários públicos e o Governo, como sucedeu agora, ao apoiar as reivindicações dos professores, tanto mais que estes negoceiam alavancados por greves rotativas que encerram muitas escolas e deixam milhares de alunos sem aulas.
Com tais declarações, o PR fortalece obviamente a posição negocial dos sindicatos e debilita a do Governo na defesa do interesse público, tal como ele o vê. E ao sugerir o envolvimento do ministério das Finanças nas negociações, MRS mete mais uma vez a "foice em seara alheia", desrespeitando abusivamente a autonomia do Governo na sua própria organização e na condução dos negócios públicos, pela qual ele responde, em exclusivo.