Bem sei que na cultura ainda dominante em Portugal, de baixa responsabilidade cívica, fugir ao pagamento de impostos não gera censura social, e não falta mesmo quem se ufane publicamente disso.
Mas não sei como é que alguém, salvo os beneficiários, pode ser complacente com a maciça fuga à tributação das rendas, resultante de arrendamentos não declarados, que o relatório referido nesta notícia, calcula em 60%, para mais tratando-se de rendimentos de propriedade sujeitos a uma taxa liberatória relativamente favorável! E não dá para entender como que a Autoridade Tributária, de posse deste relatório, e com os meios e dados de que hoje dispõe, incluindo os recibos dos prestadores de serviços domiciliários (água, eletricidade, etc.), não é capaz de elaborar um plano de luta eficaz contra esta vergonhosa fuga generalizada ao fisco.
Quando muitos fogem ao fisco, quem se "lixa" são os pagadores virtuosos.